sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

Proposta pedagógica - dois mundos

"Trabalhar com educação em uma perspectiva crítica e compreender o ser humano singularmente exige uma reflexão sobre que conceito utilizar para descrever o processo de constituição daquilo que o faz sujeito e não outro. A despeito de qualquer noção que se possa utilizar, é possível compreender que qualquer idéia de sujeito traz implícita ou explicitamente uma ontologia que a sustenta; ou seja, toda teoria aponta para uma concepção de ser, a qual traz a fundamentação e o desenvolvimento de uma concepção do que seja o sujeito e, por conseguinte, implica na forma com a qual as ações são desenvolvidas e as estratégias traçadas."

Este é o primeiro parágrafo que me chegou às mãos da proposta pedagógica da FME (página 74, capítulo(?) III - Espaço, tempo e cidadania). Dose! É um texto em "facultês", língüa falada em algumas ilhas mas pouco entendida e utilizada no continente firme. O "facultês" escrito chega a ser desagradável, com tantos floreios e clichês batidos que não dizem nada, mas querem confundir a mente dos menos versados. É uma pena, pois parece que ele está virando moda no mundo profissional - quem o estuda pode ganhar um pouco mais no salário - e prova disso é a proliferação de mestres e doutores inexperientes especialistas em "facultês". Mas há uma grande diferença entre o mestre e o "título".

Você já imaginou um médico se especializar em cirurgia e não operar mais ninguém? Ou um engenheiro arquiteto se especializar em edificações e não construir mais nada? Na educação da cidade educadora é assim. O "especialista" em educação, depois que vira um doutor, em geral vai exercer um cargo burocrático, administrativo e, se puder, nunca mais volta para a sala de aula. É curioso, mas o trabalho de professor das classes fundamentais, que entra em sala e interage com dezenas de jovens diariamente, é visto como uma tarefa de soldado raso, de peão. Pois ganha pouco e dá mais trabalho (professores de 1ª a 4ª então ganham menos, quando não deveriam). Assim, muitos que exercem essa função querem sair.

A educação popular é como a arte popular: intuitiva, se aprende na convivência, na observação, na experiência. Esses que fazem isso há anos é que são os verdadeiros mestres. Nunca vi um "especialista" em educação dando aula numa escola pública. Nunca os vi encarando diariamente essa realidade, sentindo a energia dos jovens em formação básica interagindo dentro de uma pequena sala. Quanto mais títulos, mais se afastam, mais raros se tornam lá e mais distantes ficam deles. Mas querem agora explicar essa realidade para nós, e o pior, nessa língüa estranha. Percebo que são dois mundos diferentes, e um problema de comunicação: cada um desenvolve a sua própria lingüagem. Se é assim, entre a utopia deles e a nossa, fico com a última.

Lembrei depois do primeiro jornalzinho que fizemos na faculdade, que trazia esta pérola sobre o "facultês" (clique para ampliar):


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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Dá gosto de ver

Difícil não se emocionar ao ver as ex-alunas da EMPF uniformizadas e indo para o Colégio Pedro II. Conquista que obtiveram no exame prestado para o ingresso desta instituição de ensino no final de 2007. Nathália e Christiane (na foto flagradas esperando a condução no Ponto Cem Réis) sempre foram ótimas alunas: dedicadas, questionadoras e responsáveis e, portanto, o resultado não poderia ser outro. Sabe qual é o segredo do sucesso destas jovens, motivo de orgulho para as famílias e ex-professores? Muito estudo! Pensou que elas tiveram moleza? É pessoal, se vocês querem seguir o exemplo delas, nada de estudar na última hora. Vai ser cansativo, difícil, mas depois vai valer a pena. Olha o sorriso de felicidade das duas! Por mais que muitos digam ao contrário, com certeza, investir nos estudos ainda é um ótimo negócio. Parabéns!!
Professora Kelly Mauricio.


terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Niterói imunda

De que adianta a vista maravilhosa se não dá para cair na água?
É tanta sujeira que a CLIN, a companhia de limpeza urbana que freqüentemente está lá nas praias da Baía, não dá conta. Não dá nem para molhar os pés, quanto mais um mergulho. Nadar, impossível. A areia também é uma imundície!
Qualidade de vida é poder tomar um bom banho de mar...




sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Por trás das boas idéias

Há alguns dias reproduzi aqui trechos de uma entrevista da revista Veja, em que a secretária de Educação de São Paulo fala em premiar o mérito de professores que se dediquem ao trabalho. Um amigo de lá enviou a lei que estabelece o bônus e desde a primeira vez, analisando por alto o documento, percebi o quanto é fácil no Brasil, com "jeitinho", distorcer as boas idéias e transformá-las em instrumento político e de barganha (é a nossa cultura). Como assim? Neste caso, os critérios do bônus são basicamente a aprovação e a presença do profissional na escola. Veja como aconteceria aqui:

Já trabalhei numa escola em que professores sérios davam conceitos inferiores merecidamente para seus alunos, enquanto outros, menos preocupados, distribuíam excelentes. Não havia um critério geral de avaliação e criava-se assim um quadro distorcido que não refletia a realidade. Era como dizer que aquilo era "educador", quando era notória a situação crítica do ensino-aprendizagem (quem não imagina uma escola pública?!). Assim, os últimos é que seriam premiados com o bônus, ao invés dos mais dedicados. Solução: "aprovação automática" (bônus para todo mundo?!).

Imagina então se as faltas são permitidas e não contabilizadas. Ou seja, ser regra professores faltarem mais de uma vez todo mês. Imagina uma feira de Ciências, cheia de experimentos, sem ninguém para olhar o trabalho dos alunos. Durante uma semana inteira. Imagina uma escola com turmas cheias de tempos livres, indo embora às 9 horas da manhã quando não às 7:30. Todo os dias. E que tudo seja encarado como normal. Imagina que admitir a falha é queimar colegas e que trabalhar com dedicação é incômodo. Com a nova proposta, teria bônus para todo mundo?!

Uma comunidade uma vez reprovou "em peso" essas idéias, mas quem ganhou não levou pois eram muitos bônus em jogo! O exemplo de que uma gestão democrática, com eleições dando equivalência de votos àqueles que fazem a escola - professores e alunos - pode, com jeitinho, ser manipulada e beneficiar os poderosos, em nome da ética e da cidadania. Feio! Continuaram como se nada tivesse acontecido, mas o curioso é que todo mundo sabia... Infelizmente, no país em que nós vivemos hoje, e daí? É créééééééuuu...

Segue a lei:

DECRETO Nº 52.719, DE 14 DE FEVEREIRO DE 2008

Regulamenta e define critérios para concessão do bônus aos integrantes do Quadro do Magistério e dá providências correlatas

JOSÉ SERRA, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais, Considerando as disposições da Lei Complementar nº 1.017, de 15 de outubro de 2007;

Considerando o envolvimento, o compromisso e responsabilidade dos profissionais da educação em ações conjuntas para o sucesso do processo educativo;

Considerando a relevância da participação do Profissional no Programa de Formação Continuada da Secretaria da Educação;

Considerando a relevância da permanência do profissional da educação, na unidade de classificação do cargo, para maior integração da equipe escolar; e

Considerando a importância da assiduidade dos profissionais da educação para o desenvolvimento do processo ensino-aprendizagem,

Decreta:

Artigo 1º - O bônus de 2007, instituído pela Lei Complementar nº 1.017, de 15 de outubro de 2007, será devido aos integrantes do Quadro do Magistério:

I - em exercício nas unidades escolares e nas Diretorias de Ensino ou afastados junto ao Programa de Ação de Parceria Educacional com os Municípios;

II - afastados, designados ou nomeados em comissão junto aos órgãos da estrutura básica da Secretaria da Educação;

III - afastados junto às Entidades de Classe do Magistério.

Artigo 2º - O bônus de que trata o artigo anterior, constitui vantagem pecuniária a ser concedida uma única vez:

I - aos integrantes das classes de suporte pedagógico - Dirigentes Regionais de Ensino, Supervisores de Ensino e Diretores de Escola - aos titulares de cargo de

Coordenador Pedagógico e de Assistente de Diretor de Escola e aos ocupantes de postos de trabalho de Vice- Diretor de Escola e de Professor Coordenador;

II - aos integrantes das classes de docentes – Professores Educação Básica I, Professores Educação Básica II - aos Professores II, titulares de cargo ou ocupantes de função-atividade.

Parágrafo único - Não fazem jus à concessão do bônus os integrantes do Quadro do Magistério que, na data-base, estiverem nomeados em cargo em comissão ou afastados, a qualquer título, junto à unidade administrativa não pertencente à estrutura básica da Secretaria da Educação e os estagiários.

Artigo 3º - O cálculo do bônus será efetuado com base no período de 1º de fevereiro a 30 de novembro de 2007, considerando:

I - para os integrantes das classes de suporte pedagógico, titulares de cargo de Coordenador Pedagógico e de Assistente de Diretor de Escola e para os ocupantes de postos de trabalho de Vice-Diretor de Escola e de Professor Coordenador, o requisito de contar com, no mínimo, 200 (duzentos) dias de exercício na rede estadual de ensino, dos quais, no mínimo, 180 (cento e oitenta) dias consecutivos de exercício em cargo ou posto de trabalho;

II - para os integrantes das classes de docentes, o requisito de contar com, no mínimo, 200 (duzentos) dias de exercício, consecutivos ou não, no cargo ou

função-atividade.

Parágrafo único - Os períodos de exercício no cargo ou posto de trabalho decorrentes de sucessivas portarias de designação serão totalizados para fins de preenchimento ou não do requisito temporal de que trata o inciso I deste artigo.

Artigo 4º - O valor do bônus a ser concedido aos integrantes do Quadro do Magistério de que trata o artigo 2º deste decreto será obtido mediante a soma do número de pontos, em escala de 0 (zero) a 30 (trinta), apurados na seguinte conformidade:

I - aos abrangidos pelo disposto no inciso I do artigo anterior:

a) conforme organização da escola em função do número de alunos - indicador aferido em uma escala de 1 (um) a 10 (dez) pontos, de acordo com o previsto

na Tabela 1 do Anexo deste decreto;

b) pela a avaliação do desenvolvimento da escola, considerando a permanência e sucesso escolar – indicador estabelecido por meio da verificação das taxas da escola de aprovação, reprovação e abandono no ano de 2007, observados os tipos de ensino e período, considerando- se a taxa de aprovação traduzida em uma escala de 1 (um) a 5 (cinco) pontos, conforme Tabela 2 do Anexo deste decreto;

c) pela comprovada participação do profissional no Programa de Educação Continuada proporcionado pela Secretaria da Educação - Capacitação de Gestores Escolares (Prógestão) serão atribuídos 2 (dois) pontos;

d) pela freqüência apresentada no período de 1º de fevereiro a 30 de novembro de 2007, apurada com base nos dados informados no Boletim de Freqüência da Educação, serão atribuídos pontos em uma escala de 0 (zero) a 8 (oito), conforme Tabela 3 do Anexo deste decreto;

e) pela valorização da assiduidade o integrante do Quadro do Magistério que, no período de 1º de fevereiro a 30 de novembro de 2007, não apresente qualquer

ocorrência de ausências, inclusive aquelas a que se refere o artigo 6º deste decreto, excetuando-se apenas para este fim, as ausências relativas a férias, serviços obrigatórios por lei e participação em treinamento, orientação técnica ou cursos promovidos pela Secretaria da Educação, será contemplado com 5 (cinco) pontos;

II - aos docentes abrangidos pelo inciso II do artigo anterior:

a) pela avaliação do desenvolvimento da escola, considerando o indicador de permanência e sucesso escolar, estabelecido por meio da verificação das taxas de aprovação, reprovação e abandono no ano de 2007, observados os tipos de ensino e período, serão atribuídos pontos em uma escala de 1 (um) a 5 (cinco), conforme Tabela 2 do Anexo deste decreto;

b) pela comprovada participação do profissional no Programa de Educação Continuada, proporcionado pela Secretaria da Educação - Letra e Vida, Teia do Saber, Especialização em Matemática, Cidadania e Cultura - 2ª Fase e Programa São Paulo: Educando pela Diferença para a Igualdade, serão atribuídos 2 (dois) pontos;

c) pela freqüência apresentada no período de 1º de fevereiro a 30 de novembro de 2007, apurada com base nos dados informados no Boletim de Freqüência da Educação, serão atribuídos pontos em uma escala de 0 (zero) a 14 (quatorze), conforme Tabela 4 do Anexo deste decreto;

d) pela valorização da assiduidade o integrante do Quadro do Magistério que, no período de 1º de fevereiro a 30 de novembro de 2007, não apresente qualquer ocorrência de ausências, inclusive aquelas a que se refere o artigo 6º deste decreto, excetuando-se apenas para este fim, as ausências relativas a férias, serviços obrigatórios por lei e participação em treinamento, orientação técnica ou cursos promovidos pela Secretaria da Educação e ausências para acompanhar alunos em campeonatos, jogos, competições devidamente autorizados pela Secretaria da Educação, será contemplado com 9 (nove) pontos.

§ 1º - Na apuração do indicador de permanência e sucesso escolar previsto neste artigo, deverá ser observado o que segue:

1. nas escolas que oferecem mais de um tipo de ensino, a pontuação será calculada pela média aritmética;

2. no caso de Centros Estaduais de Educação Supletiva e situações análogas, para os quais não é possível estabelecer a taxa de aprovação, serão atribuídos 3 (três) pontos da Tabela 2 do Anexo deste decreto;

3. para as unidades escolares vinculadas e para os Centros Estaduais de Línguas - CEL prevalecerá a pontuação da escola vinculadora.

§ 2º - O valor do bônus para os Professores Coordenadores respeitará a média da carga horária correspondente ao exercício no Posto de Trabalho e, quando for o caso de complementação com atividade docente, serão observados os critérios estabelecidos no inciso II, deste artigo.

Artigo 5º - O valor do bônus previsto na Tabela 5 do Anexo deste decreto será concedido aos integrantes do Quadro do Magistério de que tratam os inciso I e II do artigo 2º deste decreto, de acordo com a pontuação obtida na avaliação dos indicadores especificados no artigo anterior, proporcionalmente à média da carga

horária e ao total de dias efetivamente cumpridos, considerado o período de 1º de fevereiro a 30 de novembro de 2007.

Artigo 6º - Para fins da aferição da freqüência de que tratam a alínea "d" do inciso I e a alínea "c" do inciso II, ambas do artigo 4º deste decreto, não serão considerados como ausências, os afastamentos previstos nos incisos I, II, III, IV, V, VII e IX do artigo 78 da Lei nº 10.261, de 28 de outubro de 1968, bem como o comparecimento a eventos de Entidades de Classes autorizados por resolução do Secretário da Educação, participação em treinamento, orientação técnica ou cursos promovidos pela Secretaria da Educação, ausências para acompanhar alunos em campeonatos, jogos, competições devidamente autorizados pela Secretaria da Educação, licença-paternidade, dispensa de ponto em virtude de participação em eleições, e licença-adoção de que trata a Lei Complementar nº 367, de 14 de dezembro de 1984.

§ 1º - As ausências cometidas pelo integrante do Quadro do Magistério, nos termos do inciso II do artigo 1º da Lei Complementar nº 883, de 17 de outubro de

2000, serão consideradas proporcionalmente para a apuração da freqüência individual.

§ 2º - A apuração da quantidade de ausências de que trata o parágrafo anterior será efetuada mediante a divisão do total de horas não cumpridas a esse título registradas no Boletim de Freqüência da Educação, no período de 1º de fevereiro a 30 de novembro de 2007, por um índice que será obtido do resultado da média

da carga horária do servidor, multiplicada por 8 (oito) e dividida por 200 (duzentas) horas.

Artigo 7º - O valor do bônus previsto na Tabela 5 do Anexo deste decreto para os integrantes do Quadro do Magistério afastados, designados ou nomeados em comissão será calculado nos termos do artigo 4º deste decreto na seguinte conformidade:

I - se junto às Diretorias de Ensino:

a) Diretores de Escola e Assistentes de Diretor de Escola - com base na média dos resultados dos indicadores de desenvolvimento do conjunto das escolas jurisdicionadas à respectiva Diretoria de Ensino, obtida conforme alíneas "a" e "b", somada à pontuação aferida nas alíneas "c" e "d" e "e", do inciso I do referido artigo;

b) Docentes - com base na média do resultado do indicador de desenvolvimento do conjunto das escolas jurisdicionadas à respectiva Diretoria de Ensino, obtida conforme alínea "a", somada à pontuação aferida nas alíneas "b", "c" e "d", do inciso II do referido artigo;

II - se junto aos órgãos da estrutura básica da Secretaria da Educação:

a) Supervisores de Ensino, Diretores de Escola e Assistentes de Diretor de Escola - com base na média dos resultados dos indicadores de desenvolvimento do conjunto das escolas da rede estadual de ensino, obtida conforme alíneas "a" e "b", somada à pontuação aferida nas alíneas "c" , "d" e "e" do inciso I do referido

artigo;

b) Docentes - com base na média do resultado do indicador de desenvolvimento do conjunto das escolas da rede estadual de ensino, obtida conforme alínea "a", somada à pontuação aferida nas alíneas "b", "c" e "d", do inciso II do referido artigo.

§ 1º - Aos integrantes do Quadro do Magistério afastados junto a Entidades de Classe será concedido bônus no valor correspondente a 10 (dez) pontos da Tabela 5 do Anexo deste decreto.

§ 2º - O cálculo do valor do bônus a ser concedido ao Dirigente Regional de Ensino e Supervisor de Ensino será feito com base na média dos resultados dos indicadores de desenvolvimento do conjunto das escolas jurisdicionadas à respectiva Diretoria de Ensino, obtidos em consonância com as alíneas "a" e "b", somada à pontuação aferida nas alíneas "c" , "d" e "e" do inciso I do artigo 4º deste decreto.

Artigo 8º - A data-base para consolidação de todas as situações funcionais e ocorrências a serem consideradas para fins de concessão do bônus aos integrantes do Quadro do Magistério será 1º de dezembro de 2007.

Artigo 9º - Da importância a ser paga a título de bônus, calculada nos termos deste decreto, serão deduzidos os valores pagos a título de antecipação de que trata o artigo 9º da Lei Complementar nº 1.017, de 15 de outubro de 2007.

Artigo 10 - A concessão do bônus será garantida aos integrantes do Quadro do Magistério aposentados, dispensados, exonerados ou falecidos após a database, desde que nessa data tenham sido atendidas as disposições contidas neste decreto.

Artigo 11 - Este decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Palácio dos Bandeirantes, 14 de fevereiro de 2008

JOSÉ SERRA

Maria Helena Guimarães de Castro

Secretária da Educação

Aloysio Nunes Ferreira Filho

Secretário-Chefe da Casa Civil

Publicado na Casa Civil, aos 14 de fevereiro de 2008.

ANEXO

a que se referem os artigos 4º, 5º e 7º do Decreto nº 52.719, de 14 de fevereiro de 2008


PTS

GESTOR

DOCENT E


(a que se refere o inciso I do

Artigo 4º)

(a que se refere o inciso II do

Artigo 4º)


Dirigente Regional de Ensino

Supervisor de Ensino e Diretor de Escola

Coordenador Pedagógico Assistente de Diretor de Escola Vice Diretor de Escola Professor Coordenador

30

R$7.500,00

R$7.000,00

R$6.500,00

R$6.500,00

29

R$7.400,00

R$6.900,00

R$6.400,00

R$6.400,00

28

R$7.300,00

R$6.800,00

R$6.300,00

R$6.300,00

27

R$7.200,00

R$6.700,00

R$6.200,00

R$6.200,00

26

R$7.100,00

R$6.600,00

R$6.100,00

R$6.100,00

25

R$7.000,00

R$6.500,00

R$6.000,00

R$6.000,00

24

R$6.800,00

R$6.400,00

R$5.900,00

R$5.900,00

23

R$6.600,00

R$6.300,00

R$5.800,00

R$5.800,00

22

R$6.400,00

R$6.200,00

R$5.700,00

R$5.700,00

21

R$6.200,00

R$6.000,00

R$5.600,00

R$5.600,00

20

R$6.000,00

R$5.800,00

R$5.450,00

R$5.450,00

19

R$5.800,00

R$5.600,00

R$5.300,00

R$5.300,00

18

R$5.550,00

R$5.400,00

R$5.150,00

R$5.150,00

17

R$5.300,00

R$5.200,00

R$5.000,00

R$5.000,00

16

R$5.050,00

R$5.000,00

R$4.850,00

R$4.850,00

15

R$4.800,00

R$4.800,00

R$4.700,00

R$4.700,00

14

R$4.550,00

R$4.600,00

R$4.500,00

R$4.500,00

13

R$4.300,00

R$4.400,00

R$4.300,00

R$4.300,00

12

R$4.050,00

R$4.200,00

R$4.100,00

R$4.100,00

11

R$3.800,00

R$4.000,00

R$3.900,00

R$3.900,00

10

R$3.550,00

R$3.800,00

R$3.700,00

R$3.700,00

9

R$3.300,00

R$3.550,00

R$3.500,00

R$3.500,00

8

R$3.050,00

R$3.300,00

R$3.300,00

R$3.300,00

7

R$2.800,00

R$3.050,00

R$3.100,00

R$3.100,00

6

R$2.550,00

R$2.800,00

R$2.800,00

R$2.800,00

5

R$2.300,00

R$2.500,00

R$2.500,00

R$2.500,00

4

R$2.050,00

R$2.200,00

R$2.200,00

R$2.200,00

3

R$1.800,00

R$1.900,00

R$1.900,00

R$1.900,00

2

R$1.500,00

R$1.600,00

R$1.550,00

R$1.550,00

1

R$1.200,00

R$1.200,00

R$1.200,00

R$1.200,00



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terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Blog da E. M. João Brazil

A Escola Municipal João Brazil é a mais nova escola pública de Niterói a ter um blog na internet. O blog da João Brazil foi construído na sala de informática da escola e contou com o apoio do técnico e "professor" Vítor (à esquerda na foto abaixo, com o aluno Clayton). O endereço na rede é http://emjbniteroi.blogspot.com/. A idéia é criar um mural eletrônico da comunidade escolar para valorizar e divulgar o que é produzido diariamente no ambiente educacional. É também mais um canal de comunicação para facilitar a troca de informações e conhecimentos referentes à educação pública. Enfim, é um ponto de encontro na internet: qualquer pessoa a qualquer hora em qualquer lugar do planeta pode acessar o blog da escola do Morro do Castro e ficar sabendo das novidades. Participe dessa aventura!
Na foto do alto, o novo espaço virtual sendo usado para divulgar a campanha do óleo de cozinha usado, em prol do meio ambiente.


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domingo, 17 de fevereiro de 2008

Oscar 2

Esta matéria estava arquivada e seria publicada ainda em 2007 com o título "Li e gostei (3)", uma referência às outras duas sobre livros interessantes das salas de leitura das escolas do município. "As curvas do tempo" é um delicioso livro de memórias que encontrei na EMJB e li inspirado no centenário do arquiteto brasileiro Oscar Niemeyer, no final do ano passado. Ele mostra o lado simples, fraterno e desprendido do homem que inventou o atual símbolo da cidade de Niterói. Um mestre do concreto armado que sempre exaltava as curvas do nosso país: das montanhas, das praias, das mulheres. Uma vida recheada de viagens e aventuras - da Pampulha ao Planalto Central, da África a Europa e EUA. Niemeyer criou a capital do Brasil e vivenciou o sinistro período da ditadura militar no país. Agora que publiquei uma matéria sobre o outro Oscar, o do basquete (que tem a metade da sua idade) chegou a hora do gênio da arquitetura, eternizado nas terras de Araribóia com suas construções criativas e originais.



O logotipo de Niterói.
Alunos do 9º ano(2007) da EMPF se inspiram no símbolo da cidade para criar bandeiras e mascotes. O "disco voador" pousado na ponta e o Pão-de-açúcar pintando a paisagem. Museu de Arte Contemporânea (MAC).

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sábado, 16 de fevereiro de 2008

Oscar

Hoje liguei a TV por acaso e ela exibia uma matéria em homenagem ao jogador de basquete brasileiro Oscar Schmidt, que está fazendo 50 anos.
Há uns 20 anos atrás, em 1987, eu tinha 14 anos quando liguei a televisão também por acaso e assisti a uma das maiores vitórias brasileiras de todos os tempos. No Pan-americano de Indianápolis (EUA), na terra da invenção do esporte, o time de basquete masculino do Brasil venceu de virada na final a maior equipe de basquete do mundo, o time norte-americano (ou "time dos sonhos"), e ganhou a medalha de ouro. Foi um dos momentos mais emocionantes e marcantes do esporte que eu já vi, e Oscar (recordista mundial de pontos - 49.737) foi o grande nome daquele jogo...
A maioria dos alunos que tive até hoje nem era nascida naquela época. E eu tinha a idade de muitos deles. Veja como foi:





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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Horta da EMJB 2008

Nesta semana começou o ano letivo e a hortinha da Escola Municipal João Brazil já está a todo vapor. As 3 primeiras fotos foram tiradas no início da semana e mostram o estado em que ela estava quando as aulas começaram. Houve um período crítico durante o recesso de fim de ano, entre o Natal e Ano Novo, em que o calor foi muito forte e não choveu nada. Algumas plantas infelizmente não resistiram.

A alfavaca-manjericão (acima) foi a que mais se desenvolveu neste período do verão. Outras também se adaptaram bem, como a babosa e as mudinhas de pitanga (abaixo). Já no 2º dia de aula uma turma de alunos do 3º ciclo foi conhecer o espaço da horta e a visita revelou algumas dificuldades na realização deste trabalho de educação ambiental.

Como a horta fica ao lado de algumas salas de 8º e 9º ano, a ida de pessoas lá durante o horário das aulas desvia a atenção dos alunos, que ficam olhando pela janela, curiosos, e isso acaba atrapalhando a aula dos professores. Além disso, muita gente ao redor da horta (uma turma inteira) também dificulta, porque não tem atividade para todo mundo.

Assim, o melhor horário para o cultivo da horta é aquele depois das aulas, após meio-dia, quando as salas já estão vazias e só ficam mesmo na escola os alunos interessados em mexer na terra. Foi assim ano passado e esta semana também. Na quinta-feira, o aluno Wendel (acima) replantou as alfavacas, que estavam emboladas e foram separadas umas das outras para que pudessem crescer melhor.

Hoje, sexta-feira, foi a vez de um grupo de seis alunos do 8º ano (incluindo ele) fazer um belo trabalho (últimas 3 fotos). Eles limparam o matinho do canteiro, demarcaram o espaço dos cultivos, plantaram novas sementes (manjericão roxo, salsa, coentro, cominho), regaram, capinaram com uma enxada o mato alto da parte de fora e ainda plantaram mudinhas de pitanga e a babosa do vaso.

Foi uma horinha de trabalho intenso. Os alunos estão de parabéns pelo envolvimento na atividade! Vale ressaltar que foram eles mesmos que procuraram o professor e pediram para realizá-la, motivados pela experiência do ano passado (veja como foi em http://empfniteroi.blogspot.com/2007/10/nova-horta-2007.html, http://empfniteroi.blogspot.com/2007/11/nova-horta-2.html, http://empfniteroi.blogspot.com/2007/12/horta-da-emjb.html).

No final do expediente, a foto obrigatória!

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terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Premiar o mérito

Há um mês publiquei uma entrevista que saiu na Veja sobre educação, em que um americano diz que é preciso incentivos concretos aos bons profissioais das escolas públicas. Esta semana, na mesma revista, a secretária de Educação de São Paulo vai mais fundo na questão, dizendo que, além de dar incentivos a quem merece - o que vai acontecer no território paulista - o país precisa livrar-se de vez do corporativismo.
Leia abaixo trechos interessantes e reveladores...

Veja – De quanto será o prêmio?
Maria Helena – O bônus pode chegar ao equivalente a mais três salários num ano. Isso para cada funcionário da escola, da faxineira ao diretor. Foi com um sistema bem semelhante a esse que a cidade de Nova York alcançou avanços notáveis. Fizemos aqui uma adaptação necessária à realidade brasileira: os professores mais faltosos serão automaticamente excluídos da lista dos premiados. É apenas o justo. O Brasil ainda está pouco habituado a encarar as políticas para a educação sob uma ótica mais voltada para os alunos. Eles merecem, afinal, assistir a uma boa aula – e por isso estamos deixando de premiar os professores campeões em ausência.


Veja – Qual seria o melhor caminho para elevar o nível dos professores?
Maria Helena – Num mundo ideal, eu fecharia todas as faculdades de pedagogia do país, até mesmo as mais conceituadas, como a da USP e a da Unicamp, e recomeçaria tudo do zero. Isso porque se consagrou no Brasil um tipo de curso de pedagogia voltado para assuntos exclusivamente teóricos, sem nenhuma conexão com as escolas públicas e suas reais demandas. Esse é um modelo equivocado. No dia-a-dia, os alunos de pedagogia se perdem em longas discussões sobre as grandes questões do universo e os maiores pensadores da humanidade, mas ignoram o básico sobre didática (...).

Veja – Como algumas escolas públicas conseguem sobressair diante das demais, apesar do mesmo orçamento apertado?
Maria Helena – Há um fator comum a todas as escolas nota 10, e ele merece a atenção das demais: trata-se da presença de um diretor competente, com atributos de liderança semelhantes aos de qualquer chefe numa grande empresa. Sob sua batuta, os professores trabalham estimulados, os alunos desfrutam um clima positivo para o aprendizado e os pais são atraídos para o ambiente escolar. Se tais diretores fossem a maioria, o ensino público não estaria tão mal das pernas.

Leia a entrevista completa em http://veja.abril.com.br/130208/entrevista.shtml

Veja também
http://revistaescola.abril.com.br/online/reportagem/repsemanal_269573.shtml


segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Eu lecionei a todos eles

Tenho ensinado, no ginásio, por dez anos. Durante esse tempo, eu lecionei, entre outros, a um assassino, a um evangelista, a um pugilista, a um ladrão e a um imbecil.
O assassino era um menino que sentava no lugar da frente e me olhava com seus olhos azuis; o evangelista era o mais popular da escola, era o líder dos jogos entre os mais velhos; o pugilista ficava parado perto da janela e, de vez em quando, soltava uma gargalhada abafada que até fazia tremer os gerâneos; o ladrão era um coração alegre, diria libertino, um pequenito animal de olhar macio, dócil, procurando as sombras.
O assassino espera, hoje, a morte numa penitenciária do Estado; o evangelista está enterrado, há um ano, no cemitério da Vila; o pugilista perdeu um olho numa briga, em Hong Kong; o ladrão, na ponta dos pés, pode ver, da prisão, as janelas do meu quarto; o imbecil, de olhar macio, bate com a cabeça na parede formada de uma cela, no Asilo Municipal.
Todos eles, um dia, sentaram em minha aula; sentaram e olharam para mim, gravemente, desde as suas carteiras escuras e usadas.
Eu devo ter sido uma grande ajuda para esses alunos.
Eu lhes ensinei o esquema da rima dos sonetos elizabetanos e como colocar em diagrama uma sentença completa...

Texto de M. John White (traduzido e adaptado por Maria Aldina Silveira Furtado).

Foto: alunos de uma escola em Ghandrung, Nepal (clique na imagem para ampliar).

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domingo, 10 de fevereiro de 2008

O professor está sempre errado, quando...

... é jovem, não tem experiência.
É velho, está superado.
Não tem automóvel, é um coitado.
Tem automóvel, chora de "barriga cheia".
Fala em voz alta, vive gritando.
Fala em tom normal, ninguém escuta.
Não falta ao colégio, é um "caxias".
Precisa faltar, é um "turista".
Conversa com os outros professores, está malhando os alunos.
Não conversa, é um desligado.
Dá muita matéria, não tem dó dos alunos.
Dá pouca matéria, não prepara os alunos.
Brinca com a turma, é metido a engraçado.
Não brinca com a turma, é um "chato".
Chama à atenção, é um "grosso".
Não chama à atenção, não sabe se impor.
A prova é longa, não dá tempo.
A prova é curta, tira as chances do aluno.
Escreve muito, não explica.
Explica muito, o caderno não tem nada.
Fala corretamente, ninguém entende.
Fala a "língüa" do aluno, não tem vocabulário.
Exige, é rude.
Elogia, é debochado.
O aluno é reprovado, é perseguição.
O aluno é aprovado, "deu mole".
É, o professor está sempre errado, mas...
Se você conseguiu ler até aqui, agradeça a ele!

Autor desconhecido. O texto é um daqueles que se recebe todo ano no dia dos professores, nas escolas em que se trabalha. Ganhei, gostei e guardei. Reproduzo aqui em homenagem a todos aqueles que começam amanhã mais um ano letivo, cheio de batalhas, buscando sempre superar as dificuldades da profissão e levar o melhor para os seus alunos.

Foto: professores dando aula ao ar livre numa escola em Ghorepani, Nepal (clique na imagem para ampliar).


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