terça-feira, 31 de março de 2009

Plantas medicinais de interesse do SUS



Foi divulgado recentemente no portal do Ministério da Saúde a RENISUS - Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse do SUS (Sistema Único de Saúde). Esta lista faz parte de um programa de saúde pública que busca também promover e reconhecer as práticas populares e tradicionais de uso de plantas medicinais e remédios caseiros. Das 71 plantas da relação, algumas já existem na E. M. João Brazil - abacaxi, alfavaca, babosa, boldo, guaco, goiaba, hortelã, jamelão, jurubeba, maracujá, pitanga, salsa... - o que mostra o potencial do seu terreno em produzir uma farmácia-viva. As farmácias-vivas foram criadas pelo doutor Francisco José de Abreu Matos, da Universidade Federal do Ceará, que acreditava que as hortas medicinais comunitárias, implantadas pelo poder público em áreas urbanas de periferia, poderiam suprir populações de baixa renda com quantidades suficientes de plantas cientificamente validadas, com assistência farmacológica adequada sobre seu uso terápico.
Na foto acima, o terreno da EMJB neste início de outono. Abaixo, uma filmagem do local feita no final do ano passado.



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domingo, 29 de março de 2009

Ponto culminante de Niterói


A Pedra do Elefante, na Serra da Tiririca, divisa com Maricá, é o pico mais elevado de Niterói, com aproximadamente 412 metros de altitude. Aparece em mapas com o nome de falso pão-de-açúcar, pois dizem que o paredão rochoso confundia os navegantes que vinham do Cabo Frio, pensando tratar-se do verdadeiro que fica na entrada da Baía de Guanabara. Por sua vez, este nome vem da semelhança destas montanhas com o formato das caixas que levavam o açúcar para Portugal, os pães-de-açúcar. Nas rochas locais predomina o gnaisse (quartzo, feldspato e mica) do tipo facoidal, de constituição mineralógica grosseira, que forma calombos que facilitam a aderência e a caminhada na pedra. Acima, a "cabeça do elefante" vista do Costão de Itacoatiara.


A trilha para subir começa no Mirante de Itaipuaçu.


O mirante visto do ponto mais alto da cidade.


Visual do litoral leste: Itaipuaçu, Maricá.


Visual do oeste: região oceânica de Niterói e Rio de Janeiro.


Trecho da carta topográfica da Guanabara (1:50.000).


Vista panorâmica 360º do tôpo (clique para ampliar).


O pico visto do Parque da Cidade (Morro da Viração).

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quarta-feira, 25 de março de 2009

Flora dos Costões de Itacoatiara


Quando subi o Costão de Itacoatiara pela primeira vez, no começo deste último verão, fiquei imaginando o visual de lá de cima desde o início da caminhada. O que eu não imaginei em nenhum momento é que, tão alucinante quanto a vista do tôpo, é a vegetação típica dos paredões rochosos costeiros. Ao longo da subida, depois que se sai da mata, aparecem esplêndidas orquídeas, bromélias, cactos, palmeiras e várias outras plantas agarradas à rocha, adaptadas àquele ambiente de solos rasos, muito sol, ventos, umidade do mar e variações térmicas. Uma bela amostra da exuberância e diversidade do mundo tropical, para deixar qualquer naturalista ou simples admirador da natureza de queixo caído. Muitas espécies estavam florescendo, tornando a incrível paisagem ainda mais espetacular. A coleção apresentada reúne também imagens colhidas em mais duas subidas, ocorridas neste início de outono, no Costão e no Alto Moirão (Pedra do Elefante). Que maravilha de Niterói!


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sexta-feira, 20 de março de 2009

Almanaque do outono

Há tempos não escrevo sobre a E. M. João Brazil. Mas hoje não teve como passar em branco, hoje foi um daqueles dias cool na escola. Deve ter sido por causa do equinócio de outono - que é hoje, o dia igual à noite que marca a chegada da nova estação. Fui trabalhar normalmente e cheguei cedo, reguei a horta (tinha água na bica) e quando entrei no corredor a Tainara (nem gravei ainda os nomes dos alunos novos) da 3D veio me avisar que tinha trazido as plantinhas que prometeu. Dentro de um saco plástico, raminhos soltos de duas epécies, com um papelzinho escrito: aspirina e puejo. Nenhuma das duas eu conhecia. Marcamos de plantá-las depois da aula - que hoje terminou às 10:10hs por causa da reunião dos pais - mas não encontrei-a mais.

Às 10:10hs surgiram Joelma e Patrícia, minhas ex-alunas, querendo ir na horta. Antes, é preciso falar como foi um dos 4 tempos de aula do dia: na última turma do 6º ano, os alunos curiosos começaram a perguntar coisas como "Só tem oxigênio na Terra? Existe vida na Lua?" e a aula foi assim do início ao fim, só coloquei a data no quadro. Voltando às meninas, pedi que pegassem as ferramentas e entrei na secretaria. Fiquei conversando com as pessoas lá dentro e, por um momento, esqueci completamente delas. Foi engraçado quando vi as duas batendo no vidro me chamando, como alunos ávidos por uma aula. Bateu uma sensação boa, de estar conectado com o Universo (o Sol alinhado com o Equador!) e as coisas fluindo na EMJB .

Na horta, a tarefa foi construir um novo canteiro bem próximo da cozinha, para que os temperos possam ficar pertinho das cozinheiras. Eu já estava com essa idéia em mente há alguns dias, mas o interessante é que lá essas atividades não são tão planejadas, elas ocorrem espontaneamente. Passam-se dias sem acontecer nada, o espaço vai sendo percebido e de repente num dia auspicioso os alunos vão lá e realizam. Tenho mantido apenas a rega para que algumas plantas não morram. Hoje Joelma, Patrícia e Alexandre cavaram, regaram, fizeram a cerca (cortando madeiras e amarrando-as com barbante), juntaram serrapilheira e ainda fizeram arte. Plantaram os puejos e aspirinas (?) e transplantaram mudinhas de manjericão, hortelã-pimenta e alecrim.

Na foto do alto, as duas artistas mostrando a sua obra (dei mole e cortei as mãos da Joelma). A foto do meio elas pediram para eu tirar: a composição do canteiro com os dois tipos de serrapilheira, uma clara e outra escura - não ficou legal? Logo acima uma visão geral do terreno, com a porta da cozinha no alto à direita. Outra coisa interessante é que descobri hoje que a Tainara, aquela que trouxe as plantinhas, faz aniversário no dia 22 de dezembro. Nesse mesmo dia, há quase três meses, deixou esta vida o professor Francisco de Abreu Matos, da Universidade Federal do Ceará, idealizador do Projeto Farmácias Vivas e grande pesquisador de plantas medicinais, que muito me influenciou. Mas este já é assunto para uma outra matéria...

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domingo, 15 de março de 2009

Planta com cheiro de "vick vaporub"

Esta planta veio de um arbusto que vi atrás de uma casa perto do rio Macaé, em Lumiar (RJ). Fiquei curioso e quando peguei uma folha na mão ficou um cheiro semelhante ao "vick vaporub" impregnado nos dedos. Quebrei dois galhinhos e coloquei-os num vaso aqui em casa - faço isso de vez em quando. Um deles, para minha surpresa, pegou, enquanto o outro ainda não. Perguntei que planta era essa numa comunidade do orkut (plantas e ervas medicinais) e coloquei a foto aqui para ajudar a identificá-la, o que aconteceu hoje mesmo. Trata-se da Tetradenia riparia ou Tetradenia R Lamiaceae, conhecida como falsa-mirra, limonete e pluma-de-névoa. Informações interessantes - inclusive do uso - nos sites abaixo:
http://naturezadivina.org/comunidade/?q=tetradenia-riparia e
http://webgtp.com/gtp/index.php?option=com_content&task=view&id=411&Itemid=69
Valeu!

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quinta-feira, 12 de março de 2009

Cultura do desperdício (2)

Toda vez que a Clin vai na EMJB fico em estado de nervos. Vejo os caras levando embora grande parte dos recursos que utilizo para adubar os solos. Li que a decomposição da serrapilheira na floresta tropical dura em média 3, 4 meses, o que significa que não basta jogar as folhas secas uma vez nos canteiros e pronto. É preciso realimentá-los de tempos em tempos.

Repare que o terreno acima tem um declive suave. O suficiente para transportar sedimentos em chuvas muito fortes (as calhas ficam entulhadas). A serrapilheira protege o solo até mais do que a copa das árvores, evitando a erosão por salpico (o impacto direto da gota) e, consequentemente, a selagem e compactação do solo. Evita também a perda de sedimentos e nutrientes.

Esse recurso que protege e alimenta os solos (veja acima) é sempre deperdiçado, pois vai para o lixo quando poderia estar melhorando solos duros e pobres. Observando as fotos dá para ter noção da "limpa" que eles fazem. Lá, fica evidente a falta de cuidado e percepção do espaço, com plantas decepadas e canteiros agredidos. Pelo menos a parte mais antiga foi menos afetada (última foto).

Pensa que é fácil? Ainda viria pela frente um grande feriado de Carnaval com vários dias de sol escaldante, sem uma gota de chuva para regar as plantas e aliviar o calor implacável... Hortinha guerreira!

Saiba mais sobre a cultura do desperdício clicando aqui, aqui e aqui.

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sábado, 7 de março de 2009

Niterói em Pernambuco

Quadros pintados em Niterói que fazem parte da coleção Rio de Janeiro do Instituto Ricardo Brennand, em Recife (PE). As fotos lá são permitidas sem o uso do flash (clique nas imagens para ampliar). Preciosidades que muitos niteroienses não conhecem...

Henri Nicolas Vinet (1817-1876) - vista do Rio de Janeiro tomado de Niterói, óleo sobre tela, 1874. No detalhe na foto abaixo.


Giovanni Battista Castagneto (1851-1900) - Rio de Janeiro visto de Niterói, óleo sobre tela, 1887.

Este não sei o nome do autor.

Painel de Antônio Parreiras, no detalhe nas duas fotos abaixo.



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