terça-feira, 18 de dezembro de 2007

Dr. March

Primeiramente achava que Dr. March era o nome da avenida principal que vai desde a praça do Barreto até a do Zé Garoto por dentro de São Gonçalo. Por causa dos ônibus "via Dr. March". Depois, descobri que esta avenida muda de nome 4 vezes, e que só se chama Dr. March até a Venda da Cruz. Recentemente, depois que fui para a Escola Municipal João Brazil, nova descoberta: a Dr. March continua... e vai até o Morro do Castro, subindo o vale do Tenente Jardim. Mas afinal quem foi o Doutor March?

Guilherme Taylor March nasceu em 21 de agosto de 1838 em Teresópolis, filho de pai inglês e mãe brasileira de descendência africana. Viviam na Fazenda Sant'ana do Paquequer, que deu origem à cidade, criando cavalos de raça e cultivando cereais. Falecendo George March, ficaram os filhos entregues às incertezas do destino, mesmo herdeiros de uma boa fortuna, uma vez que a mãe já deixara a vida antes do marido. Com 12 anos, foi-lhe nomeado um tutor, que não poupou esforços na sua educação.

O pequeno Guilherme terminou o curso de medicina com brilhantismo, mas pobre, devido aos negócios infelizes tentados pelo tutor. Quando cursava o último ano de medicina, residira numa pensão e fora acometido pela varíola. A proprietária, espírita convicta, assumiu o seu tratamento, medicando-o com homeopatia e sem assistência médica. Tendo sido curado sem nenhuma seqüela, o jovem estudante simpatizou-se pela ciência de Hahnemann e passou a estudá-la com afinco.

O médico casou-se com Francisca de Paula Corrêa e residiu numa casa na rua Santana 51, no Barreto. Teve nove filhos – sete rapazes e duas moças. Dada sua dedicação à causa da caridade e seu espírito de renúncia, sua situação econômica foi agravada por outra moléstia que o acometera na mocidade e dificultava-lhe os movimentos. Foi quando se deu um fenômeno social: o povo vendo nele o missionário do bem em dificuldades partiu em seu auxílio. E doou ao médico o prédio da rua Santana 14, hoje Benjamim Constant.

Foram 63 anos de atividades médicas, abdicando de todo interesse material, entregando-se dia e noite, sem fadiga ou revolta, à tarefa sublime de minorar o sofrimento alheio. Além de atender os pacientes, preparava com sua esposa os remédios homeopáticos. Foi cognominado “Pai dos Pobres”. Quem o visse curvado pelo sofrimento físico a enxugar lágrimas dos pacientes, poderia dizer: ”Estranho homem esse que esquece a própria dor para aliviar a dos outros. Talvez seja um santo...”

Dr. March faleceu no dia 21 de junho de 1922 com 84 anos e toda uma vida dedicada ao bem e à fraternidade. O povo acorreu em massa ao cemitério do Maruí. A cidade de Niterói perpetuou-lhe a memória dando seu nome a um logradouro público, a antiga estrada para São Gonçalo. A Federação Espírita do Estado do Rio de Janeiro fundou e mantém o Instituto Dr. March, creche que atende cerca de 200 crianças carentes, de 2 a 6 anos. Ele dá nome também ao telecentro que fica no bairro do Fonseca.

Vista do alto da rua Dr. March, próximo à Escola Municipal João Brazil (clique na foto para ampliar).

Fonte: www.feparana.com.br


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