quarta-feira, 27 de maio de 2009

Geomata



"Geomata é o nome com que foi batizado o espaço atrás do prédio do CCMN - Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza, UFRJ / Ilha do Fundão - onde foram plantadas diversas espécies de árvores no início deste semestre. Completando agora quatro meses de vida, a Geomata apesar disso é pouco conhecida pelos alunos e por isso buscamos através deste texto contar a história da sua criação.

A idéia surgiu a partir do incentivo do Professor de Biogeografia Evaristo de Castro Júnior, que dispunha de um contato com o arboretum do viveiro da Floresta da Pedra Branca, em Jacaepaguá. Com o apoio do coordenador do Departamento de Geografia, Nelson Fernandes, do administrador do prédio, Zé Maria, e dos funcionários da garagem, especialmente Aparecida e Ricardo, conseguimos a doação de 56 mudas e o transporte das mesmas até o campus, assim como as ferramentas necessárias para o plantio. Dentre as espécies selecionadas, encontram-se Ipê-roxo, Ipê-amarelo, Guapuruvu, Jenipapo, Grumixama, Pau-Ferro, Pitangueira, Mangueira, Cajá-manga, Carobão, Araribá, Sabiá, Sombreiro, Jamelão e Aroeira.

A princípio o plantio seria realizado pelos calouros de Geografia, mas por fatores alheios à nossa vontade isso não aconteceu. Ao invés disso, ocorreu um mutirão envolvendo também alunos dos cursos de Geologia e Matemática, entusiasmados com o projeto, que não se intimidaram com a imensa quantidade de entulho encontrada no solo.

A realização da Geomata prova que iniciativas simples como essa podem interferir realmente no espaço universitário, tornando-o mais agradável e integrado. Fala-se muito mal do campus da Ilha do Fundão, mas pouco se faz para torná-lo um local mais aprazível. Além de embelezar o espaço atrás do prédio, a Geomata permitirá a alunos de todos os cursos acompanhar de perto a evolução de um bosque, recuperando para o convívio de todos uma área degradada.

Por se localizar atrás do prédio, em lugar pouco visível, a Geomata, como muitas outras áreas do campus, infelizmente ainda é muito usada como depósito de lixo. As árvores ainda não foram atingidas por esta agressão, mas isso não quer dizer que elas estejam a salvo, e nem que a Geomata será necessariamente um sucesso. Isso dependerá da participação de cada um, defendendo e zelando pelo espaço. Sabemos que muito do lixo encontrado no local tem origem no próprio prédio do CCMN, o que nos entristece muito. Esperamos que, diante dessa manifestação de carinho, as pessoas se sensibilizem e se interessem pela Geomata. Afinal, deveríamos ser os primeiros a dar o exemplo, certo?"


Texto que escrevi com Gustavo Pacheco para o primeiro Geornal (jornalzinho dos alunos de graduação da Geografia/UFRJ) em junho de 1995. A projeção de slides mostra a Geomata em 2008. As fotos, de cima para baixo: os alunos plantando uma árvore, a galera reunida atrás do prédio nos primórdios, a área onde as primeiras mudas foram plantadas, o viveiro construído depois e a turma em ação. Dia 27 de maio é o dia da Geomata (e também da Mata Atlântica)!

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