Há muitos anos que ouvi falar pela primeira vez do gigante deitado, formado pelas montanhas do Rio de Janeiro para quem o vê do mar. Essa história estava adormecida quando no início deste ano ouvi a escritora Lúcia Fidalgo recontá-la, despertando novamente minha curiosidade. Alguns meses depois, no 3º Salão da Leitura de Niterói, descobri por acaso esse desenho folheando um livro chamado "O Brasil na rota da navegação francesa", de Julio Bandeira, que acabei comprando. O que me chamou a atenção na "parte da costa do Rio de Janeiro conhecida pelo nome de Gigante Deitado" foram as ilhas Pai e Mãe, que aparecem em primeiro plano na aquarela de Debret de 1816. Ou seja, o gigante é visto pelos navegantes que, vindo da direção de Cabo Frio, passam em frente à Itacoatiara, em Niterói. E provavelmente foi uma referência à entrada certa da baía já que muitos navegadores confundiam o Pão-de-açúcar com a Pedra do Elefante (que em alguns mapas aparece como o falso Pão-de-açúcar). Ora, assim que bateu o estalo fui olhar minhas fotos do Costão de Itacoatiara e qual não foi a minha surpresa quando vi que ele estava lá, sem que nunca tivessse percebido! O corpo nem tanto, mas a cabeça dá para ver bem, a Pedra da Gávea forma o nariz e o Pão-de-açúcar é o pé. Conclusão: o Costão de Itacoatiara é um dos melhores pontos do continente para se ver o gigante deitado formado pelas montanhas do Rio. Como ninguém nunca falou isso antes?
Um fenômeno curioso hoje: o encontro das águas no mar de Itacoatiara. Uma pluma de água azul escura avança sobre a água verde da praia, formando uma linha onde as águas parecem não se misturar. A subida com o Prof. Raphael foi para reconhecer a trilha e preparar a sala de aula do nosso trabalho de campo.
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