Dois moradores locais relataram que sentiram um ligeiro tremor de terra na madrugada fatal: a primeira grande avalanche poderia ter detonado outras menores em torno dela? O maior movimento de massa ocorreu em uma encosta florestada do Morro do Castro, o mais alto de São Gonçalo (300 metros), conhecido localmente como Pico da Bandeira...
A cicatriz erosiva é tão grande que dá para ser vista da Baía de Guanabara, emoldurando a paisagem do Caminho Niemeyer (em primeiro plano)...
A cidade e sua população não estão preparadas para eventos climáticos extremos. Se é difícil prevê-los com exatidão, é possível pelo menos alertar a população no momento em que acontecem. Neste caso, pluviômetros e pluviógrafos com sirenes e alarmes ligados para chuvas mais intensas são viáveis em alguns pontos da cidade. Quadras cobertas em praças, por exemplo, poderiam virar locais de abrigo em casos de emergência. Com tantos morros ocupados, é preciso pensar em como protegê-los dos próximos temporais, já que a fragilidade das construções é evidente nesses terrenos íngremes...
As marcas da grande chuva estão em todas as partes (veja no segundo vídeo) e deixaram expostas muitas áreas de risco. E também uma população que há anos não tem o amparo do poder público. A urbanização avançou sem controle e infra-estrutura adequada pelas encostas e florestas...
O Brasil não tem terremotos, vulcões, tsunamis ou furacões, mas tem chuvas torrenciais, que podem ser catastróficas em cidades que cresceram entre encostas vulneráveis e planícies inundáveis nos trópicos úmidos, como Niterói.
Os deslizamentos que ocorreram em Niterói na virada do ano (2009-2010), como o do Maquinho, já chamavam a atenção para esses problemas. Veja aqui!
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