"Minha terra e minha vida (Niterói há um século)", da Niterói livros, é outro livro muito interessante e instrutivo que conta histórias das terras de Araribóia. A Praia Grande, a Cidade Invicta, os tílburis, as chácaras, o dr. Paulo César e o dr. March, tem muita coisa, é uma incrível aula de Geografia com personagens que habitam o nosso imaginário da cidade - nomes, por exemplo, que aparecem em ruas atuais, como Noronha Torrezão, tenente da Guarda Nacional quando lutou na Revolta da Armada.
São muitas as curiosidades, como esta: "os pontos de cem réis surgiram com os próprios bondes, como modo de racionalizar as tarifas. As linhas eram divididas em seções de 100 réis, permitindo que os que andassem menos pagassem menos e vice-versa. Havia pontos de cem réis no largo do Moura, na praia das Flechas, no Canto do Rio, no cruzamento das ruas Dr. Celestino e Marquês do Paraná e no encontro da rua do Santana (Benjamin Constant) com a rua do Fonseca, hoje alameda São Boaventura. Este último perpetuou-se na toponímia urbana como Ponto Cem Réis de Santana. (...) A linha do Fonseca ia apenas das barcas ao largo da Igreja, e em meados de 1883 chegou até as olarias e barreiras do coronel Francisco Dias da Costa, onde está hoje o Bairro Chic. Em setembro do mesmo ano atingiu finalmente a subida da caixa d'água, onde começava a estrada do Baldeador".
O autor do livro é Everardo Backheuser, que foi também destacado geógrafo e professor de Geografia. Sugeriu a Getúlio Vargas a criação do dia do professor, quando era presidente da Academia Brasileira de Educação. A data lembra a lei de D. Pedro I de 15 de outubro de 1827, que instituiu o ensino primário obrigatório e gratuito no Brasil, e foi comemorada em Niterói pela primeira vez em 1937. Este livro foi publicado originalmente em 1942, com o subtítulo "Niterói há cinqüenta anos".
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