quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Xadrez

Diz a lenda que o xadrez surgiu na Índia, no reinado do príncipe Iadava (sabe-se lá quando). O rei perdera seu filho Adjamir na guerra, e vivia inconsolável. Um dia, informado que um moço pobre e modesto solicitava uma audiência há tempos, mandou chamá-lo à sala do trono. O jovem, Lahur Sessa, lhe apresentou um grande tabuleiro quadrado, dividido em sessenta e quatro quadradinhos, com duas coleções de peças (uma branca e uma preta) e curiosas regras que permitiam movimentá-las de diferentes modos. Enfim, criou algo para distrair e alegrar o rei, que ficou curioso com o novo jogo e em pouco tempo já estava derrotando seus adversários. Numa partida, percebeu que o sacrifício de uma peça importante, imposto por uma fatalidade, era às vezes necessário para vencer a guerra, e alcançar a paz e a liberdade de um povo.

Maravilhado, o rei Iadava quis recompensar o jovem pelo jogo interessante e instrutivo, mas este nada quis. O soberano insistiu, e sem poder recusar, Sessa pediu um pagamento em grãos de trigo: um grão pela primeira casa do tabuleiro, dois pela segunda, quatro pela terceira, oito pela quarta e assim, dobrando sucessivamente, até a sexagésima quarta do tabuleiro. O rei estranhou o pedido, pois lhe pareceu tão desambicioso - contentar-se com um punhado de grãos, ao invés de luxos e riquezas materiais - que ordenou logo o pagamento. Quando se calculou o que o jovem deveria receber foi que percebeu a ilusão: o valor era um número astronômico, maior que todo o seu reino (18.446.744.073.709.551.615). Assombrado, o rei se viu em maus lençóis, pois havia dado sua palavra.

Felizmente, o bom jovem abriu mão da recompensa e acabou virando amigo, companheiro de partidas e conselheiro do rei. Esta foi a história da origem do jogo de xadrez, contada no livro "O homem que calculava", de Malba Tahan. Na Escola Municipal João Brazil tem uma garotada que curte e joga xadrez também. Eu prometi jogar com o aluno se se comportasse na aula, e assim comecei. Depois, foram aparecendo outros adversários e toda semana jogo pelo menos uma partida. Numa dessas, fizemos um pequeno registro que resultou nesta matéria para o blog. Na foto do alto Celton da F7B com seu tabuleiro; no meio o cavalo preto ataca o rei branco, que não pode se mover por causa da torre e do bispo: xeque-mate! Na última, a partida rolando na mesinha do pátio. Abaixo, uma palinha do enxadrista.



Quem quiser jogar xadrez agora na internet, acesse http://www.flyordie.com/jogo/xadrez.html.

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