Professora: Olá, boa tarde! Puxa, queria tanto saber um pouco mais sobre a história dessa escola... Será que esse local onde ela está hoje sempre foi assim? Gostaria muito de saber...
INTRODUZIR O FANTOCHE DE JOÃOZINHO
J: Pode deixar comigo, professora!
P: Ai, que susto! Mas, como assim “pode deixar comigo”?
J: É, professora, pode deixar que eu descubro a história da escola para a senhora...
P: Ah, já sei, você vai pesquisar na biblioteca e...
J: Não, professora, não vou para a biblioteca não...
P: Como não? E você vai fazer o quê então?
J: Ora, vou viajar na minha máquina do tempo...
P: Ah, bom... Máquina do tempo? Que negócio é esse de máquina do tempo?
J: É professora, eu inventei uma máquina do tempo que pode levar a gente para quando e onde a gente quiser...
P: Sei...
J: É rapidinho... É só ligar aqui este botão e pufff...
P: Joãozinho, Joãozinho, cadê você? Ué, gente, alguém viu o Joãozinho? Na certa se escondeu ou foi aprontar alguma...
J: Ufa! Voltei, professora!
P: Onde você estava?
J: Eu já falei, fui viajar no tempo para descobrir a história desse local aqui...
P: Ah, sei...
J: É, mas minha máquina teve um probleminha e quase que eu não volto...
P: Tudo isso aconteceu nos 30 segundos que você esteve fora?
J: A minha máquina é do tempo, lembra? Eu fiquei fora por muitas horas, viajando por muitos anos, mas para você durou só 30 segundos, foi rapidinho. Eu programei a máquina para voltar para o mesmo dia e hora que eu viajei...
P: Então, o que você descobriu?
J: Eu voltei para o período Colonial, que foi a época em que o Brasil ainda não era independente de Portugal.
P: Nossa, você foi longe, hein...
J: Pois é, professora, nessa época as terras onde hoje é a cidade de Niterói pertenciam à sesmaria do índio Martin Afonso de Souza...
P: O Araribóia...
J: Isso.
P: Mas o que o Araribóia tem a ver com a escola, Joãozinho?
J: Calma que eu já explico... Com o passar do tempo, as terras do Araribóia, que era a aldeia de São Lourenço dos Índios, foram sendo divididas e vendidas e no ano de 1656 a parte que hoje faz parte do bairro do Fonseca foi comprada pelo médico Francisco da Fonseca Diniz...
P: Ah, é por isso que o bairro aqui se chama FONSECA...
J: Isso mesmo! O tempo foi passando, o médico Fonseca morreu e seus descendentes ficaram com as terras. Um deles foi o Barão de São João de Caraí, ao qual pertenciam as terras onde hoje faz parte o Horto do Fonseca e também o antigo Colégio Brasil da Alameda...
P: Que interessante...
J: É, mas o Barão na década de 1880 vendeu parte de suas terras para o Comendador Bernardino Martins Ferreira de Faria. E adivinha onde se localizavam as terras?...
P: Aqui!!!
J: Exatamente, aqui. É por isso que a Travessa Bernardino, que fica aqui atrás, tem esse nome...
P: Que legal! Mas quem era esse Comendador Bernardino?
J: Ah, ele foi um homem muito importante. Na época ele era considerado um dos moradores mais antigos de Niterói. Começou a vida trabalhando como tropeiro.
P: Sei... levando gado de um lado para outro em grandes tropas...
J: Isso, e depois tornou-se um importante comerciante, acumulando grande fortuna!
P: Uau!
J: Então essas terras que foram compradas pelo Comendador Bernardino se tornaram uma chácara (sítio). Eu fui viajando no tempo e via que a cidade de Niterói foi crescendo e se modificando. Assim aconteceu no bairro do Fonseca e nessas terras aqui também. Casas e prédios foram sendo construídos...
P: E desse prédio aqui, você descobriu alguma coisa?
J: Descobri sim...
P: Então conta que eu já estou curiosa...
J: No século passado, no ano de 1970, começou a funcionar aqui o “Centro Educacional Industrial e Comercial – CEINCO.
P: Ah, então esse prédio funciona como escola desde os anos 1970?
J: Isso mesmo. Mas no ano de 1985 o CEINCO mudou de nome. Passou a ser “Centro Educacional Mac Laren”, porque era ligado ao estaleiro Mac Laren que funciona até hoje na Ponta da Areia.
P: Que interessante.
J: Depois, em 1991, a escola virou Colégio Brasil, ou melhor, “Sociedade Educacional Colégio Brasil”.
P: Esse é o Colégio Brasil que tanto falam?
J: Não exatamente. O Colégio Brasil que é muito conhecido é o que ficava na Alameda São Boaventura e que foi extinto em 1986. O que funcionou nesse prédio foi outro Colégio Brasil. Dizem que ele recebeu esse nome porque o dono daqui foi um professor que trabalhava lá no Colégio Brasil da Alameda e que queria resgatar o nome...
P: Ah, bom, e o que tinha aqui?
J: Aqui tinham vários cursos para formação profissional dos alunos: formação para professores de 1ª a 4ª séries e educação infantil, técnico em contabilidade, habilitação básica em comércio, em eletricidade, técnico em mecânica e em estruturas navais, técnico em eletrônica... Fizeram até um supletivo de 1º e 2º graus...
P: Para as pessoas que não tiveram a oportunidade de estudar quando crianças...
J: Isso mesmo. O objetivo era que aqui funcionasse uma faculdade. Eu até trouxe uma planta da escola daquela época, querem ver?
EXPLORAR A PLANTA COM OS ALUNOS
J: No final dos anos 1990 o Colégio Brasil foi fechado...
P: Ah, e a partir de 2004 foi reformado o prédio e hoje é essa escola que se chama Paulo Freire.
J: É, o prédio foi comprado pela Prefeitura de Niterói no final de 2003 e a nossa escola começou a funcionar em 2004.
P: Puxa, que legal! Obrigada por ter viajado no tempo para nos contar essa história, Joãozinho, que é a nossa história também!
J: Não tem de quê, professora, mas agora eu tenho que ir pois vou consertar a minha máquina do tempo que ficou um pouco desgastada na viagem. Quero ver se consigo encontrar algum dinossauro mais tarde... Fui!!!!
P: Tchau, Joãozinho... Que história incrível, né? Vocês sabiam disso? Bom, agora que a gente já sabe o que a escola era antes, vamos tentar imaginar o que aconteceu aqui...
Texto enviado pela Professora Laryssa Barduzi.
Fotos do dia da inauguração oficial da escola, em junho de 2004, e do museu do mamulengo, em Olinda (PE).
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