A Fazenda Santa Clara foi a segunda maior fazenda de escravos do Brasil. Imponente e altiva, ela ajudou a escrever um importante período da história do nosso país, e hoje ainda resiste ao tempo e à falta de investimentos. Encontra-se no Estado de Minas Gerais, no município de Santa Rita de Jacutinga, às margens do rio Preto, na divisa do Estado do Rio de Janeiro. Para chegar até lá, é preciso percorrer um longo trecho de estrada de terra e estar preparado para mergulhar na poeira do caminho. Ao longe ela fascina e encanta, mas somente lá para se ter dimensão do que ela representou para o nosso país.
Os móveis ingleses subiram a Serra do Mar no lombo de mulas, pelo Caminho Velho de Parati. É de causar arrepios entrar num dos cômodos onde os mais bravos escravos negros eram torturados. Pesadas correntes, troncos e outros objetos de tortura ainda estão lá. Nas paredes é possível ver as marcas das unhas dos presos. A senzala ainda está intacta, tal qual era no passado, um espaço relativamente pequeno, com chão de terra batida, na qual os escravos dormiam em esteiras. Aproximadamente 2800 se amontoaram lá, abandonados à própria sorte, morrendo de doenças e tristeza.
A fazenda produzia café, no entanto o forte era a "reprodução dos escravos". Os mais fortes e bonitos viravam reprodutores e os de pernas fina iam para a labuta. Há várias curiosidades na fazenda - uma delas são as "falsas janelas": em algumas partes da paredes as janelas foram pintadas para enganar a fiscalização da época. Outra é o único banheiro que se situava do lado de fora e se chamava "casinha"(isso nos anos de 1800). As telhas eram moldadas nas coxas dos escravos e eram muito resistentes, mas como os tamanhos variavam de homem para homem, quando chovia apareciam muitas goteiras. Vem daí a expressão "feito nas coxas". Tem também um ralo de pedra que ninguém sabe dizer como foi feito.
Algumas novelas e minisséries da Rede Globo foram gravadas lá, dentre elas "A Abolição", o que valeu a restauração de alguns cômodos. Atualmente a fazenda tem cerca de 30 donos (herdeiros), que são a favor da venda ou não. O patrimônio está avaliado em 12 milhões de reais e até agora não apareceu nenhum comprador. A fazenda merecia ser tombada devido ao seu valor histórico e cultural, mas infelizmente em nosso país isso raramente acontece. Por enquanto ela está aberta a visitações e o valor é de R$ 5,00 por pessoa. Um valor pequeno se comparado a tudo que é possível ver e aprender neste lugar grandioso. Amantes da História do Brasil, viajem no tempo, curtam a apresentação de slides e aproveitem o vídeo! Se vocês ficarem surpresos com as imagens, imaginem-se lá... É de emocionar até os mais céticos! Até a próxima, internautas!
Texto enviado pela Professora Kelly Mauricio.
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Um comentário:
Excelente matéria!!Muito interessante as curiosidades e as fotos apresentadas!!
Parabéns!
Beijoss
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